sábado, 29 de novembro de 2014

PR6 - Rota das Salinas

Já era o ultimo fim de semana de Novembro e apesar da manhã estar bastante fresca, foi já com o sol a brilhar que Nenuco e Pastelita iniciaram a “Rota das Salinas”, após visitarem o Núcleo Museológico do Sal e terem ouvido atentamente todo o processo da produção de sal.

Chegados à cidade da Figueira da Foz, atravessámos a Ponte Edgar Cardoso, tomando a direcção da Gala e posteriormente a direcção dos Armazéns de Lavos. O Núcleo Museológico do Sal encontra-se numa estrada de terra batida, entre outras casas de madeira que serviam para o armazenamento e venda do sal, tal como para abrigo e cozinha dos marnotos (salineiros).

Ainda andávamos à descoberta da zona, já a Susana (a funcionária destacada para aquele local) nos convidava a sentar nas mesas da esplanada do museu, ao qual acedemos e aproveitámos para obter algumas informações sobre o percurso. Aproveitámos também para fazer uma visita e aprender alguma coisa sobre a produção de sal. Estávamos na presença de alguém que adorava o que fazia, que com extrema simpatia e sabedoria na matéria, nos levou ao terraço e aí iniciou a sua explicação. Entre outras coisas ficámos a saber que em noites de lua nova ou lua cheia os marnotos abrem uma comporta aproveitando assim a força das marés que sobem o rio Pranto, para abastecer de água salgada a Salina Municipal do Corredor da Cobra, como se chama.

Sendo esta uma actividade sazonal, inicia-se habitualmente em Maio, com a árdua limpeza da salina até à extracção do sal em Setembro. Visitámos a exposição onde estão expostos os utensílios de madeira utilizados nesta actividade, sendo este o material de eleição para as alfaias dos salineiros e ouvimos atentamente a explicação deste processo, assim como visualização do filme de toda esta labuta. Restava agora ver o local onde o mesmo é armazenado para a posterior venda, e prová-lo, como não poderia deixar de ser para testemunhar que estávamos perante um produto de extrema qualidade. 

Entretanto a manhã já tinha passado, era altura de iniciarmos o percurso havendo a necessidade de contornar o núcleo museológico, pois o seu inicio habitual, no centro da salina, estava submerso. 

Mal começámos a caminhar surgiu um pequeno contratempo, pois parte do percurso era efectuado pelos corredores das salinas e estes encontravam-se com a erva um pouco alta e molhada, facto este que a guia já nos tinha alertado, com os pezinhos pela erva molhada lá fomos nós até ao observatório dos pássaros, continuando praticamente sempre rodeados de água, encontrando várias placas de sinalização do percurso e descritivas da fauna e flora existentes.

O percurso muito bem marcado e completamente plano, é muito bonito, desenvolvendo-se entre a terra, o mar e o Rio Pranto. A Ponte Edgar Cardoso e a Ponte dos Arcos surgem diversas vezes no nosso horizonte, tal como barcos atracados nas margens do Rio, alguns assentes apenas no lodo devido há maré baixa. Diversos bandos de gaivotas são objecto da nossa atenção durante a trajectória, tendo tido o privilégio de avistarmos também patos, garças e alguns flamingos, que aqui fazem escala nas suas migrações. 

Foi um dia bastante agradável, conhecemos um pouco mais das histórias da “nossa gente”, num percurso que sendo apenas de cerca de 5 km é bastante interessante, bonito e acessível a todas as pessoas. Deixamos o desafio que em dias menos bons para a praia venham caminhar um pouco numa zona privilegiada, visitem o Núcleo Museológico e fiquem a conhecer um pouco mais dos costumes e tradições da Figueira da Foz.

Mapa do Percurso