sábado, 28 de fevereiro de 2015

PR1 - Rota da Tapada - (Porto de Muge - Valada - Aldeia da Palhota - Escaroupim - Porto de Muge)

Chegámos a Porto de Muge, junto à ponte D. Amélia com o projecto inicial de executar os 7,5 Km até Aldeia da Palhota e regressar pelo mesmo caminho, pois atravessar o Tejo de barco era apenas uma ideia muito remota.


Iniciámos o percurso por cima da tapada, passando pelas localidades de Valada e Reguengo, observando de um lado o Rio Tejo e do outro a Lezíria Ribatejana.

Nem sempre era fácil essa caminhada, pois a erva estava enorme, havia árvores caídas e alguns arbustos que teimavam em se atravessar no nosso caminho, em alguns locais tivemos mesmo que abandonar a tapada e descer ao alcatrão, pois tornava-se mesmo impossível caminhar por lá… Talvez não fosse má ideia procederem à sua limpeza e até começar a ponderar rever a sinalização pois tende a desaparecer… 

Mas à parte deste contratempo, a paisagem era magnífica. Passávamos por rebanhos de ovelhas, vinhas a perder de vista que dão origem ao fabuloso vinho do Cartaxo e ancoradouros de pequenas embarcações, utilizadas para a pesca fluvial.

Após a passagem por Valada o percurso afastou-se do rio até à povoação de Reguengo, indo de seguida de novo ao seu encontro até à aldeia avieira da Palhota.

Esta aldeia de pequenas casas de madeira, construídas sobre estacas, tipo palafitas é uma aldeia de cultura avieira, devendo-se este nome às migrações internas, em que os pescadores da Praia da Vieira, impossibilitados de ganhar o seu pão durante o Inverno devido à dureza das ondas, se viam obrigados a lutar por uma vida melhor nas margens do Tejo, onde se perspectivava uma grande abundância de peixe, nomeadamente o sável. 

O testemunho de aldeia de pescadores via-se ao virar de cada esquina, através dos diversos utensílios relativos a essa faina. No porto havia vários barcos ancorados, outros, situados no do rio, onde os seus ocupantes pescavam ou simplesmente batiam uma soneca. 

Era esta a situação do Sr. Manuel, que dormitava no seu barquinho até a Pastelita o “arrancar” do seu descanso perguntando indicações para o caminho de regresso, na espectativa de fugir à repetição do caminho. Informou-nos com bastante simpatia que poderíamos seguir por um trilho que nos levaria de volta até Valada sempre pela margem do rio. Sobre a margem sul informou-nos que também havia um caminho que nos levaria de novo à ponte D. Amélia, oferecendo-se para nos atravessar de barco para a outra margem…

Aquilo que nos parecia uma utopia, era agora uma realidade… Em menos de um fósforo, vimo-nos na outra margem, graças ao Sr. Manuel…

Seguindo pela estrada de alcatrão, voltámos a ter contacto com a cultura avieira na aldeia de Escaroupim, onde continuámos por uma estrada de terra batida que passa junto ao Parque de Campismo e sempre junto à Vala de Muge, por um acolhedor pinhal de enormes pinheiros mansos chegámos junto da linha de caminho de ferro, já bastante perto da Ponte D. Amélia. Bastava atravessá-la e estávamos de novo no ponto de partida.

No dia seguinte fizemos uma visita às Tasquinhas de Rio Maior a convite do Amigo José Estrela, que nos brindou com o seu trabalho que ali estava exposto, que do qual deixamos uma pequeníssima amostra…

- Parabéns Zé… E já agora obrigada pelo almoço…

 Mapa do Percurso
Mapa do Percurso
 Folheto de Percurso
Folheto em PDF