sábado, 24 de janeiro de 2015

Rota dos Milagres - Nazaré

O sol brilhava com todo seu esplendor nesta manhã de Inverno, quando chegámos ao Sitio, na Nazaré, para efectuarmos a Rota dos Milagres que aqui tem o seu início. Pela nossa frente tínhamos uma caminhada com mais de 16 km que nos fez circundar a Nazaré desde a Praia até à Floresta, passando pelo monte S. Brás (ou S. Bartolomeu) e pela Pederneira.


Estacionados em frente à Praça de Touros, dirigimo-nos ao largo junto ao Santuário de Nossa Senhora da Nazaré, seguindo por um trilho com uma vista espectacular, pelas falésias do promontório até ao Forte de S. Miguel Arcanjo, onde está o Farol. A paisagem era fabulosa sobre a cidade e o mar, ao longe o Monte S. Bartolomeu espreita, está o dia perfeito para desportos aquáticos, descontraindo assim dos dias invernosos que se tinham feito sentir nos últimos dias.

Continuámos para a Praia do Norte descendo à direita por um trilho um tanto acentuado. Esta descida complicou-se devido a uma zona interdita nas falésias o que originou alguma confusão na continuação do percurso pois deparámos com o abismo sendo algo difícil aceder à praia. Enquanto o Nenuco optou por saltar das pedras para a areia da praia, a Pastelita resolveu voltar atrás tentando encontrar um caminho alternativo às pedras escorregadias. No final tudo se resolveu e podemos continuar pelas dunas até junto do Parque Eólico, indo de seguida na direcção da estrada Oceânica, que atravessámos, seguindo depois por trilhos até ao parque de Campismo. 

Atravessando a estrada, seguimos por caminhos de floresta até voltarmos a encontrar algumas dificuldades junto do IC9, pois tudo indica que com a passagem do mesmo houve um corte no percurso. Avistando-se as nossas marcações do outro lado da estrada a única forma de a transpor, poupando alguns quilómetros, era fazer essa travessia através de uma manilha para escoagem das águas, e não nos fizemos esperar, de cócoras, em alguns segundos ultrapassámos o obstáculo, prosseguindo assim até ao Parque de Merendas, no sopé do Monte S. Bartolomeu. 

Atravessando a EN 8-5 temos à nossa frente o fabuloso monte de origem vulcânica de onde do seu topo se obtém uma vista de 360º, avistando-se toda zona desde o Pinhal de Leiria a Norte, até ao Sitio a Noroeste e à Serra da Pescaria a Sul, tendo nós dali a percepção do quanto já tínhamos caminhado e do que ainda faltava percorrer, mas sem duvida foram bastante proveitosos os 600 metros que havíamos subido por trilhos bastante sinuosos até aquele local fabuloso.

Julgávamos que as maiores dificuldades já tinham passado, e foi com energia renovada que seguimos por entre pinheiros em direcção à Pederneira, mas mais uma vez o progresso nos cortou o caminho e vimo-nos com uma estrada à frente, delimitada por rails e arames, deixando-nos de novo sem saber muito bem o que fazer… Transgredindo, saltámos os rails e seguimos em direcção ao centro da localidade e foi já perto do Largo da Misericórdia que voltámos a encontrar as nossas marcas. 

O Miradouro da Pederneira proporciona-nos umas vistas espectaculares sobre o Oceano e o Sitio e foi aqui que pela primeira vez tivemos consciência de que uma outra dificuldade nos poderia surgir no final do dia, pois do ascensor que nos auxiliaria no final da caminhada não havia vestígios, fazendo-nos antever que o mesmo não estaria a circular, pois qualquer visitante da Nazaré jamais esquecerá a imagem do ascensor efectuando ininterruptamente o trajecto entre o Sitio e o centro da localidade… 

Descendo pela rua do Mirante, observávamos o sol que já se começava a esconder no horizonte, proporcionando-nos um espectáculo fantástico de final de dia. Continuando o nosso caminho passámos junto à Ermida de Nossa Srª dos Anjos, atravessando de seguida o Jardim de Pedralva e pelas ruas estreitas da Nazaré chegámos à Avenida Marginal, misturando-nos com os transeuntes que usufruindo deste fantástico cenário cor de laranja, de final de dia, efectuavam as suas caminhadas. 

Estávamos mesmo na parte final do nosso percurso, era hora de apanhar o ascensor e confortavelmente, usufruir da bela vista que o mesmo nos proporcionaria chegando assim ao nosso ponto de partida… Mas como já tínhamos suspeitado, o malandro encontrava-se em manutenção e não tivemos outro remédio senão subirmos a violenta escadaria até ao topo, tarefa esta já um pouco árdua, tendo em conta que já tínhamos percorrido mais de 15 km. Respirando fundo, iniciámos a subida que nos proporcionou umas maravilhosas vistas nocturnas, dando por muito bem empregue o esforço, dando-nos a sensação de que até não era tão dura quanto nos pareceu no início.

Com todos os percalços encontrados, efectuámos mais 4 km que os previstos inicialmente, mas uma vez mais, acabámos um pouco cansados mas felizes, com mais um bonito percurso terminado. Deixamos no entanto o apelo de que sejam revistas as marcações nos locais em que tivemos mais dificuldades, evitando assim dissabores aos futuros caminhantes para que os mesmos possam usufruir deste belíssimo passeio a 100%.

 Folheto
Folheto em PDF

 Mapa
Mapa do Percurso