Era ainda cedo quando chegámos à Praça do Emigrante, junto à Pateira de Fermentelos, local onde começa o Trilho dos Poços. Estávamos de volta ao concelho de Águeda, e por sua vez às margens da maior lagoa natural da Península Ibérica, para ficarmos a conhecer melhor esta zona da pateira assim como a localidade de Fermentelos.
Passando junto do Monumento do Emigrante, seguimos pela calçada adjacente à margem, observando diversas actividades, tanto dentro de água como fora dela. Era bastante comum presenciarmos as lides agrícolas nos terrenos circundantes ou pescadores, que ainda utilizando as tradicionais bateiras aproveitam a grande diversidade de peixe aqui existente.
As bateiras ancoradas nas margens, os patos que pachorrentamente se arrastam pelas águas e demais passarada, fazem-nos companhia e deslumbram-nos pelo caminho, sendo esta uma zona de uma extrema beleza natural. Tentando absorver tudo que os nossos olhos iam conseguindo alcançar, atravessámos uma zona pantanosa e sem darmos conta chegámos ao Bico.
Aqui há vestígios de nenúfares por todo lado, fazendo-nos adivinhar a beleza que terá este percurso quando todos eles estiverem em flor. Agora a actividade visível é a apanha do moliço, nos dias de hoje com a utilização de maquinaria apropriada, outrora esta actividade era efectuada em bateiras, sendo a sua abertura anunciada com o soar dos sinos da Igreja de Fermentelos no dia 25 de Agosto. Esta actividade atraia ao local milhares de visitantes, transformando-se numa festa.
Continuámos o percurso por estrada de terra batida até ao lavadouro que tem a característica de estar debaixo do solo, estando em muito bom estado de preservação e ainda utilizado pelas gentes locais, que lhe dão o nome de “o rio”.
Caminhando pela Rua do Rio seguimos para a localidade de Fermentelos, para percorrermos as ruas, ruelas e quintais chegando assim à Sede da Junta de Fermentelos, aproveitando o pequeno jardim para degustarmos as nossas, já tradicionais, sandochas.
Após tomarmos um café no Edifício da Banda Marcial de Fermentelos, passámos junto ao Cruzeiro virando à esquerda para a Igreja Matriz. Subindo em direcção ao Centro Social, passando na Travessa da Escola chegámos ao largo da Senhora da Saúde, um espaço bastante convidativo a momentos de lazer, munido de um óptimo parque de merendas onde não falta desde os recipientes para o lixo até às churrasqueiras.
Continuando o nosso percurso dirigimo-nos por uma zona mais rural em que predomina a vinha, para voltarmos novamente às margens da pateira, onde existem vários recintos de lazer, alguns pitorescamente decorados pelos proprietários e postos generosamente à disposição do visitante.
Pequenos ancoradouros e os poços servem de cenário ao longo de toda a caminhada, uns ainda com noras e muito bem conservados, outros já um pouco mais deteriorados mas sendo sempre um componente de grande interesse, fazendo-nos adivinhar como eram tiradas as águas dos poços com a ajuda das noras, accionadas através da força animal, que por sua vez com a ajuda dos alcatruzes faziam com que seguissem para os terrenos agrícolas.
Envolvidos neste cenário espectacular, caminhando por estradas de terra e alcatrão chegámos à Rua da Pateira chegando em poucos minutos à Estalagem da Pateira onde iniciámos a caminhada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário