sábado, 11 de abril de 2015

PR1 - Arribas do Tejo - Gavião

Foi bastante cedo que metemos as rodas ao caminho, neste sábado de Abril. O nosso destino era o Parque de Campismo de Ortiga, no Concelho de Mação, onde iríamos pernoitar depois de efectuarmos o percurso “Arribas do Tejo”. Este percurso faz parte da rede de percursos pedestres do Município de Gavião, desenvolvendo-se nas duas margens do Rio Tejo, maioritariamente em terras alentejanas, fazendo uma passagem pelo concelho de Mação. 

A ansiedade era grande… Era uma zona nova para nós e muito havia para descobrir, mal podíamos esperar para iniciarmos mais uma aventura.

Após a passagem pelo Parque de Campismo a fim de ultimar o merecido descanso do final de dia, iniciámos a caminhada junto à Praia Fluvial de Ortiga, atravessando a linha da Beira Baixa junto ao apeadeiro da Barragem de Belver.

Chegados à Barragem de Belver, atravessámos a estreita ponte sobre o Tejo, ficando assim na Freguesia de Gavião e simultaneamente em terras alentejanas.

Cruzando a ponte, virámos à esquerda apanhando um trilho na base das arribas, seguindo junto ao rio. Este troço foi construído propositadamente para a assegurar a continuidade do percurso.

Seguindo pertinho do rio, envoltos num mesclado de cores das flores silvestres, passámos junto às antigas Termas da Fadagosa, atualmente em ruínas e invadidas pelo mato. Continuamos assim, com as inúmeras subidas e descidas, com degraus com alturas consideráveis e algumas árvores caídas a obstruir a passagem, dificultando um pouco a caminhada, mas a beleza e frescura da paisagem superam sem dúvida estas adversidades.

Continuando a calcorrear as “Arribas do Tejo”, observando um grupo de praticantes de canoagem e o comboio que na outra margem nos vai brindando com a sua passagem, chegámos à Praia Fluvial do Alamal, onde em frente, o Castelo de Belver se impõe na paisagem com todo o seu encanto. Este local convida ao descanso e ao relaxamento no extenso areal, após os vários desníveis vencidos até aqui.

Para grande pena nossa não foi possível seguir pelo passadiço do Alamal, passadiço em madeira que passa por cima do rio, o que nos faria relaxar e refrescar recuperando assim para o restante percurso. Ao invés disso, tivemos que subir fastidiosamente, pelo alcatrão, apanhando a estrada de Gavião, descendo depois de encontro com a ponte centenária de Belver.

Após a travessia da ponte, junto ao edifício dos teares das mantas de Belver, subimos uma escadaria à nossa direita de encontro com o Caminho da Fonte Velha. Esta zona foi intervencionada recentemente fazendo deste local um espaço bastante agradável, onde o antigo e o contemporâneo se misturam na forma de algumas esculturas habilmente colocadas nos antigos muros de pedra.

E assim, chegámos ao Largo do Pelourinho… local onde se inicia oficialmente o percurso, junto à Igreja de Belver. Percorrendo algumas ruas da localidade e aproveitando para descansar um pouco, demos continuidade à caminhada através da Travessa 5 de Outubro, voltando aos caminhos sobranceiros aos campos agrícolas, em direção ao Lagar da Fraga. Mais um sitio paradisíaco, onde o som das águas da Ribeira de Belver e o chilrear dos pássaros nos convidam a permanecer no local, a contemplar as águas frescas e cristalinas, não fosse a incerteza do restante caminho que ainda havia para percorrer. Continuando a subida, contra corrente, acompanhando a levada, encontrámos a ponte suspensa sobre a ribeira, fixa por cabos de aço… Aqui a nossa adrenalina subiu ao ter que a transpor. Nada de mais… apenas abana um bocadinho...

Após passarmos a aldeia de Torre Fundeira e de nos refrescarmos no lavadouro local, seguimos a sinalização para a Anta do Penedo Gordo, monumento funerário dos nossos antepassados, testemunho do povoamento ancestral desta região. 

Já estávamos na “recta” final do nosso percurso, prosseguindo para sul, chegámos a um local onde a paisagem era simplesmente deslumbrante, a nossa visão perdia-se no horizonte onde os nossos olhos poisavam em três regiões: Alentejo, Ribatejo e Beira Baixa. Estávamos no Cabeço do Pintalgaio, com a Barragem de Belver no seu sopé. 

Descendo o monte, encontramo-nos nas margens da albufeira, no lado oposta à Praia Fluvial de Ortiga, que circundámos, atravessando a Ribeira d’Eiras e regressando assim ao Concelho de Mação.

Tínhamos terminado mais um excelente percurso, ao longo de cerca de 15 Km subimos e descemos montes tendo as duas margens do Tejo como companhia, não podemos classificar como um percurso fácil, mas o facto de estar muito bem marcado e de ser francamente muito bonito faz com que as adversidades sejam pouco relevantes levando-nos a terminar com um sorriso nos lábios. 

Após uma noite bem dormida num aconchegante teepee, iniciámos o caminho de regresso a casa, aproveitando para visitar outros lugares que serão explorados mais pormenorizadamente noutras ocasiões.
Mapa do Percurso
















































 

































































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