Finalmente as tão ansiadas férias…
Desta vez instalamo-nos no Camping Barraña, num pequeno mas acolhedor bungalow na cidade de Boiro. Boiro está situada na península do Barbanza, a meio caminho entre Rianxo e Puebla del Caramiñal, pertencente à província da Corunha, na Galiza.
A cidade é banhada pelo Norte da Ria de Arousa, sendo um local muito aconchegante para quem gosta de passar férias com tranquilidade e rodeado de fantásticas paisagens naturais, com praias de finas areias e de águas quentes e calmas.
Era imensa a vontade de começar a explorar a área, por isso, mal chegámos abeirámo-nos da praia. O sol que nos havia recebido, havia-se transformado agora num intenso nevoeiro. Por momentos algum desanimo se apoderou de nós. “Será isto habitual?” Pensámos… Felizmente o mesmo desvaneceu-se em menos de 1 hora, voltando a ter o dia de Verão com que fomos brindados à chegada e felizmente tal não voltou a acontecer até ao dia da nossa partida.
À medida que íamos desvendando os mistérios da zona, mais satisfeitos ficávamos com tudo o que víamos.
A praia de areia branca e fina e as águas calmas e quentes, características das Rias Galegas, apelavam a um mergulho. Ao longo de toda a sua extensão, acompanhando o passeio marítimo, existia um jardim, onde corvos, melros, gaivotas e outras aves privavam. Algumas estatuetas, pontes que atravessam pequenos ribeiros que desaguavam na ria, parques de merendas, o estuário do Rio Coroño e um enorme passadiço que convidava a longas caminhadas ao entardecer, contribuíam para a beleza da zona, não esquecendo os peixes e caranguejos que nadavam mesmo ali debaixo dos nossos pés. Tudo fazia crer que iríamos passar uns dias muito agradáveis e tranquilos neste local.
Aproveitando a proximidade, Santiago de Compostela (ver mapa do percurso) foi o alvo da nossa primeira passeata por terras galegas. Além da Catedral visitámos vários monumentos, passeámos pelas ruas estreitas e movimentadas, observando os diversos vendedores ambulantes e artistas de rua que por ali actuavam, em troco de algumas moedas ou de algum reconhecimento artístico.
A confusão na zona da catedral era enorme devido às obras de restauro que se realizavam na fachada, originando que a entrada fosse feita por uma porta lateral. A vigilância também estava reforçada, era comum passarmos por agentes das autoridades “armados até aos dentes” mantendo algum respeito...
O caminho de regresso entre Santiago de Compostela e Boiro, foi efectuado ao longo da costa, em direção a Noia, parando na belíssima praia de águas super cristalinas junto ao “Puerto do Testal” no “Esteiro do Tombra”.
Na “Villa de Puerto del Son” encontrámos outra praia de fazer crescer água na boca e paisagens em redor de fazer parar a respiração. Só lamentámos não podermos permanecer muito tempo para podermos desfrutar em pleno de todas estas maravilhas.
Outro local da nossa passagem foi o farol de Corrubedo, situado no Parque Natural do Corrubedo. Este farol foi construído em 1853 e está situado sobre as rochas na ponta mais ocidental da Serra da Barraña. Deste local em noites claras, pode-se avistar o Farol de Finisterra a Norte e o das “Illas Cies” a Sul. Estes faróis são os três mais importantes da Costa Galega.
As praias desta zona têm contacto directo com o oceano, existindo dunas como aqui conhecemos, o que não é muito frequente tal acontecer.
Neste local muito há a visitar, merecendo uma estadia mais prolongada, para que se possam efectuar alguns dos diversos percursos pedestres existentes, visitar as lagoas, arte rupestre, monumentos não esquecendo das praias de águas tranquilas e transparentes, ideais para a prática de actividades aquáticas e juntando a tudo isto as fabulosas paisagens a perder de vista, tanto de serra como de mar.
Mas o sol já se escondia no horizonte, era hora de regressar e visitar também um pouco da cidade que nos acolhia, no dia seguinte muito mais haveria para descobrir.
Tendo uma grande paixão por cascatas não resistimos a deslocarmo-nos à aldeia de Cubelo, que fica a poucos quilómetros de Boiro, na estrada para Noia, e visitarmos a “Fervenza de Cadarnoxo” uma belíssima cascata no Ribeiro de Graña, um afluente do Rio Coroño.
É uma bonita cascata, com uma dimensão considerável, que mesmo em pleno Agosto jorrava bastante água, formando na sua base uma magnífica piscina natural.
Seguimos depois para outro local de bastante interesse e de onde se usufrui de uma vista soberba sobre as Rias de Arousa e Muros, dando-nos uma perspectiva diferente da Ilha de Arousa e do Grove. É o monte “A Curota”, onde cavalos e vacas fazem parte integrante da paisagem.
Também aqui a existência de percursos pedestres nos deixam alguma nostalgia, pois o tempo passa a correr e não permite que façamos tudo o que gostaríamos. Limitámo-nos a efectuar apenas um pequeno percurso de 8 quilómetros entre a Praia do Barraña e a localidade de Esacarabote (que publicaremos a seguir).
Depressa chegou o dia de regressar a casa, deixando a sensação de que tanto ficou por ver e visitar. Restava agora tentar rentabilizar a viagem de regresso e tentarmos visitar os pontos mais importantes que ficavam mais próximos da nossa passagem. Assim, visitámos “O Grove”e a “Illa da Toxa” uma vila termal, com várias unidades hoteleiras, onde se encontra a capela de “San Sebastian”, com a curiosidade de ser toda coberta de conchas.
Passando por Sanxenxo, Pontevedra, Vigo e Baiona, entrámos no nosso país em Caminha, a bordo do Ferry Boat que faz a ligação entre os dois países
Já era tarde quando chegámos a casa, o cansaço era muito, mas nos lábios surgia um sorriso de felicidade e na bagagem uma mala de saudade e um baú repleto de muitas novidades e novas sensações, com a promessa de um dia voltarmos e desvendarmos mais um pouco desta terra maravilhosa.
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