domingo, 31 de maio de 2015

PR1 - Rota de Manhouce - São Pedro do Sul

O dia amanheceu com muito nevoeiro, fazendo sobressair os picos das montanhas da Serra da Gralheira, onde íamos efectuar a Rota de Manhouce após termos efetuado a Rota das Bétulas no dia anterior.

Amiúde passávamos por vacas e ovelhas que pastavam melancolicamente na berma da estrada, outras vezes parávamos esperando que se retirassem do meio da estrada.

O cenário era fantástico, quase nos fazendo esquecer que o progresso se encontrava a escassos quilómetros dali.

Como estávamos acampados no Parque de Campismo da Fraguinha, optámos por iniciar o percurso em Malfeitoso, que era o local de passagem do percurso que se encontrava mais próximo.

A localidade de Salgueiro era o próximo alvo da nossa visita, ficando a 1300 metros dali. Seguindo essencialmente por caminhos florestais atravessámos o Ribeiro de Muro, sendo necessário passar sobre e sob algumas árvores caídas e transpor um portão de madeira que vedava a propriedade para impedir a passagem do gado que por ali circula.

Rapidamente começámos a avistar as casas de granito, típicas da região, com os seus espigueiros e seguindo pelas ruas da aldeia fomos em direção a Bondança e por sua vez a Gestosinho, passando por prados muito verdejantes e paisagens magníficas.

Saindo de Gestosinho atravessámos a Ribeira de Vessadas através de poldras atingindo a estrada de alcatrão, para a deixarmos uns 500 metros mais à frente, virando à direita para um estradão de terra batida, chegando assim ao Parque de Merendas de Alagoa, onde parámos para descansar um pouco e petiscar alguma coisa.

Já com o estômago mais composto, seguimos até à “Estrada Real de Alagoa”, já em direcção a Manhouce, encontrando na descida um cenário digno de um filme: uma mesa com cadeiras à sombra de um enorme carvalho com um baloiço num dos seus ramos, convidando-nos a permanecer ali alguns minutos.

A partir daqui é uma descida abrupta pela encosta até à Ribeira de Vessa que nos surpreendeu com as suas águas cristalinas, deslizando para pequenas cascatas, avistando-se alguns moinhos abandonados na outra margem, deixando-nos maravilhados com este quadro paradisíaco.

Atravessando a Ribeira por uma ponte de madeira, subimos até à localidade de Manhouce onde atravessámos a ponte onde mesmo ao lado, paralela á actual se avistava a antiga Ponte Romana, chegando assim ao local onde deveríamos ter iniciado o percurso, no largo da escola primária.

Percorrendo as ruas da aldeia, passámos junto à Igreja seguindo à esquerda apreciando a arquitectura tradicional das casas de pedra com a particularidade de quase todas estarem identificadas com placas de xisto.

Quase à saída do lugar virámos para um caminho onde as lages de pedra delimitam os terrenos agrícolas e as latadas de vinha proporcionam-nos alguma sombra chegando assim ao Lageal.

Continuando pela estrada de alcatrão, junto a uma cruz de pedra que se encontra à direita, descemos à esquerda alguns metros à frente, em direcção à Ribeira de Manhouce, atravessando-a por uma ponte de pedra antiga, chegando assim, após subida da colina, novamente ao Lugar de Malfeitoso, nosso ponto de partida.

Demorámos um pouco mais do que esperávamos, os mais de 14 km “acessíveis a todos” como estava descrito nos folhetos, foram um pouco mais complicados e já eram quase 16 horas quando parámos em Santa Cruz da Trapa para reclamarmos o merecido almoço.

Mais um percurso ficou gravado positivamente na nossa memória, mais um bocadinho do nosso belo país foi desvendado para nós. Mais uma vez terminámos o dia a sorrir com a já conhecida sensação de dever cumprido.





























































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