“Toda noite se ouviu a chuva a cair por entre as árvores, Nenuco e Pastelita desejavam que o dia 6 de Julho amanhecesse seco e bonito, mas tal não aconteceu, restava “embalar a trouxa” e deixar o Percurso da Biodiversidade e o dos Currais e da Calçada para outra oportunidade.”
Para grande pena nossa deixámos a Quinta da Serra por volta das 10 horas, pois a chuva não parava de cair, fizemos uma breve paragem em Pragança para um cafezinho e tomámos o caminho de regresso a casa, passando em frente ao estabelecimento prisional de Vale Judeus em Alcoentre.
Vínhamos em direcção a Rio Maior, planeando depois apanhar um caminho pela Serra d’Aire e Candeeiros, em diversos locais apareciam placas direccionais com a designação de “Salinas” e a curiosidade daquela placa num lugar tão afastado do mar levou-nos a fazer um desvio para ver “in loco” o que se passaria ali, pois apesar de já termos ouvido falar nas Salinas de Rio Maior, não fazíamos a mínima ideia do que iríamos encontrar.
Foi com alguma admiração que nos deparámos com as Marinhas de Sal. Ruas de pedra e casinhas de Madeira trancadas com fechaduras e chaves do mesmo material para venda de artesanato, restauração, armazéns para recolha do sal, rodeadas de árvores e terras de cultivo, no sopé da Serra dos Candeeiros a apenas 3 kms de Rio Maior. Uma dessas casinhas era um posto de turismo, onde podemos ficar esclarecidos de como é possível tal acontecimento a 30 kms da costa. Ficámos a saber que se deve à existência de uma extensa e profunda mina de sal gema, atravessada por uma linha de água que alimenta um poço, essa água é 7 vezes mais salgada que a água do mar. A exposição dessa água ao sol e ao vento dá origem ao sal, após a sua evaporação. Sem dúvida que este conjunto constitui um valioso e invulgar património natural e cultural.
Aproveitámos a presença no posto de turismo para questionar sobre a existência de percursos pedestres na zona, rapidamente tivemos acesso aos vários percursos no Parque Natural das Serras d’Aire e Candeeiros e como entretanto não chovia decidimos efectuar um pequeno percurso de 3 kms, que nos leva a contornar o morro existente a sul das salinas, passando inicialmente por uma zona de pinheiro manso alternando entre mato, vinhas, eucaliptal, pomares, etc… fazendo com que a paisagem seja bastante diversificada ao longo de todo o percurso.
O trajecto leva-nos a conhecer também a povoação de Fonte da Bica e a sua fonte com o mesmo nome, local muito bonito e interessante que nos transporta ao tempo em que se ia à fonte buscar água e lavar a roupa nos lavadouros onde estes locais eram de encontro entre as populações. Continuando por estrada de alcatrão e de novo por terrenos agrícolas regressámos a Marinhas de Sal achando que este percurso está muito bem conseguido, muito bem marcado e de fácil acesso.
No regresso a casa efectuámos uma breve paragem em Alcobertas para visitarmos o Dolmen-Igreja de Santa Maria Madalena e mais uma vez voltámos de sorriso nos lábios com a descoberta de mais um bocadinho de Portugal.
Mapa do Percurso
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