Finalmente haviam chegado as férias grandes. A Cidade de Cáceres, na Estremadura Espanhola seria o nosso destino, onde iríamos voltar para continuar a desvendar os seus encantos.
Já a pouco quilómetros da fronteira efectuámos uma paragem em Marvão, para descansar e tomar café, vencendo depois os cerca de 300 km até ao Parque de Campismo de Cáceres.
A primeira aventura foi encontrar estacas que furassem o chão, terrivelmente duro. Procurámos exaustivamente pelos centros comerciais, procura essa em vão, pois os espanhóis continuam a respeitar os fins-de-semana e sendo sábado de tarde, praticamente todo o comércio se encontrava fechado. A resposta às nossas dificuldades encontrava-se mesmo debaixo dos nossos olhos, pois na recepção do parque, conhecendo as dificuldades dos campistas, já estavam munidos com cavilhas de aço para que assim se conseguisse perfurar o solo. Podemos assim preparar o espaço que seria o nosso quartel-general durante a próxima semana.
Após estarmos bem instalados, fizemos o reconhecimento da zona envolvente, confirmando as condições excelentes existentes neste parque. Todo dividido em parcelas e cada uma equipada com uma casa de banho, electricidade e lava loiças, um exemplo a seguir pelos parques portugueses. Salientamos também a extraordinária piscina e a ampla zona de solário, condições que vieram de encontro às nossas expectativas.
Iniciámos os nossos passeios com a visita à Embalse del Salor, uma lagoa com dimensões consideráveis, onde a pesca desportiva e o pedestrianismo são as principais actividades. Seguindo as margens da lagoa, passámos por Torreorgaz em direção a Caceres. Circundando a cidade, passámos junto à Praça de Touros e ao parque do Príncipe, encaminhando-nos depois para os arredores, para visitarmos o Parque Natural de Monfrague.
No Parque visitámos o seu Castelo, onde a população de abutres nos sobrevoava. São vários os percursos pedestres desta zona e não resistimos a fazer parte do “Itinerário Rojo” que circunda a parte mais alta, de onde se obtêm vistas fantásticas sobre todo o vale e montanhas circundantes, observando-se a espectacularidade dos meandros do Rio Tejo.
Descemos depois, para junto ao rio num local de rara beleza, ”O Salto del Gitano” onde se podem observar de mais perto os abutres, que circundam por aquele espaço.
Atravessando a ponte sobre o Tejo seguimos em direção à Villa Real de San Carlos.
Esta aldeia foi fundada entre 1758 e 1788 por Carlos III para abrigar as tropas que tinham como missão vigiar e proteger dos saques e agressões que eram submetidos os viajantes que circulavam pela área de Monfrague. Nunca teve uma grande densidade populacional. O seu auge foi em 1960, aquando de construções nos rios Tejo e Tietar. Uma década depois, no final dos trabalhos, ficaram apenas 4 famílias sendo os seus descendentes os principais habitantes nos dias de hoje.
Muitos são os turistas que se deslocam a esta pequena aldeia e até que pernoitam nas famosas casinhas redondas cobertas de palha, as “Chozas de Villa Real”, que são nada mais que os locais em que os pastores se abrigavam em tempos idos, tendo nos nossos dias sido recuperados para turismo.
Malpartida de Caceres, “Los Barruecos” e o Museu de Vostell, foram os nossos próximos destinos.
O Museu de Vostell foi criado por Wolf Vostell um artista vanguardista, pertencente ao movimento Fluxus desde a sua origem. Neste local de beleza rara, efectuámos o percurso pedestre “ La rota de las 3 chacas”, que descreveremos noutra publicação.
Uma das tardes foi passada a desvendar o Centro Histórica de Cáceres com um riquíssimo património.
Estacionando perto do Palácio da Justiça, rapidamente chegámos a La Plaza Mayor, e depois entrando pelo Arco de la Estrella, foi espreitar em todos os recantos e visitar Igrejas e Museus, como por exemplo S. Pedro da Alcantara, Igreja de S. Francisco Xavier, Casa de Los Becerra, Museu de Cáceres regressando no fim à La Plaza Mayor.
No último dia da nossa estadia passeamos por Casar de Cáceres, fazendo uma visita ao Santuário Virgen del Prado padroeira da cidade, onde nos foi gentilmente explicada a história do local, pela Senhora encarregue de zelar por aquele interessante espaço. Outro Santuário visitado, agora a sul de Cáceres foi o da Virgem da Montanha, situado num dos locais mais altos de Cáceres, de onde se obtêm umas vistas fantásticas sobre a cidade e de toda a zona circundante. Em seguida ainda houve tempo para uma breve passagem pelo Jardim do Príncipe, existe uma exposição de esculturas ao ar livre, infelizmente só tivemos tempo de ver uma ínfima parte.
Aproximava-se a hora de regressar e tanto ainda havia para explorar, Cáceres é uma cidade fantástica cheia de pontos de interesse, que teriam que ficar para serem desvendados noutra oportunidade.
No caminho para Portugal passámos por Arroyo de la Luz, Brozas e Alcântara, onde efectuámos uma paragem para contemplarmos uma obra arquitetónica espetacular, do seculo II – A ponte Romana de Alcântara.
A entrada em Portugal foi feita na Fronteira de Segura, localidade onde já havíamos efectuado o percurso pedestre “PR4 - Rota das Minas” em Junho de 2014, aquando da nossa estadia em Idanha-a-nova.
Já em terras lusas lanchámos junto à Barragem do Cabril, local sempre agradável para repousar um pouco, e pouco tempo depois já quase a chegar a casa o Castelo de Penela era testemunho da nossa felicidade por umas férias bem passadas e por tantos locais novos desvendados.
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