“Já há algum tempo que Nenuco e Pastelita demonstravam o seu interesse em conhecer melhor o Parque Natural Peneda Gerês e aproveitando a semana de 4 a 8 de Agosto das férias de Verão calcorrearam montes, vales, ruas e ruelas das pequenas mas pitorescas aldeias, com maior incidência nas Serras da Peneda, Soajo e Amarela, nos concelhos de Ponte da Barca e Arcos de Valdevez”
Mais de 200 kms nos separavam de Entre Ambos os Rios, local onde iríamos permanecer durante os próximos 4 dias. O destino era o Parque de Campismo de Entre Ambos os Rios, situado privilegiadamente numa península na albufeira de Touvedo, localizada no Rio Lima.
Já não era cedo quando chegámos e optámos pelo planeamento do dia seguinte, pedindo algumas opiniões sobre os percursos existentes na zona, sendo-nos aconselhada uma alternativa ao PR-S. Miguel de Entre Ambos os Rios (que já levávamos em carteira), que seguindo mais ou menos os mesmos locais fugia um pouco mais às estradas de alcatrão, tendo um total de 10 kms ao invés de 6 kms, percurso este planeado pelo Parque de Campismo. Decidimos então no dia seguinte, cedinho a aproveitar o fresco, fazermos o “Trilho Lima Escape/Lourido” seguindo as pinturas em pedras e postes com a referência T1 que nos daria a hipótese de ficarmos a conhecer um pouco da riqueza natural e humana da serra Amarela..
Acordámos com o cantar dos pássaros e com o brilhar das águas do Lima logo ali ao lado, era hora de meter as mochilas às costas e dar corda às sapatilhas, saindo do Parque de Campismo em direcção ao Lugar de Ermida. Após a passagem pelo Lugar de Igreja virámos à esquerda até Froufe e após a visita à aldeia, descemos até à ponte do rio com o mesmo nome, devendo destacar a limpeza e a pureza das suas águas, que nos convidavam para um mergulho.
Seguindo o caminho e passando por uma mina, é agora o momento de subirmos por um caminho de carros de bois até ao cume do monte e observar a belíssima vista que se impunha em nosso redor. Neste local o trajecto complicou-se um pouco devido ao acumular de silvas e giestas no trilho, havendo mesmo a necessidade de passarmos de gatas através de um “túnel de silvas”, felizmente tudo correu bem, apenas com alguns arranhões superficiais. Ultrapassado este obstáculo iniciámos a descida, nalguns locais bastante íngreme e pedregosa, encontrando um caminho de carvalhos e sobreiros, até chegarmos à ponte de Lourido sobre o rio Froufe e mais uma vez nos deliciámos a ver e a sentir as suas águas cristalinas, atravessando-as mais à frente através das empondras (conjunto de pedras colocadas no rio para facilitar a travessia entre as duas margens, por pessoas e animais). Há neste local uma passagem alternativa para o caso do elevado nível das águas não permitir a passagem em segurança.
Seguindo a margem direita do rio, entre uma nuvem de borboletas, ao som do chilrear dos pássaros e da água a correr, voltámos a encontrar o trilho que havíamos deixado antes de subirmos o caminho de carro de bois, percorrendo alguns metros o mesmo para depois virar à direita numa estrada de paralelos e passando algumas casas de pedra, tradicionais, encontrámos a estrada nacional 203 que nos leva de volta ao parque de campismo onde iríamos almoçar, pois de tarde ainda haviam pelo menos mais dois locais a visitar e mais um percurso a fazer.
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